“O Ruben e a equipa sofreram na Premier League. Isso vai ajudar-nos no futuro”: o plano do CEO do United

A chegada de Ruben Amorim ao mítico e assombroso Old Trafford é muitíssimo similar à chegada de Pep Guardiola ao Etihad, o rival da cidade. Essa é a ideia de Omar Berrada, o CEO do Manchester United que antes trabalhou no City.

“O Pep agarrou-se aos seus princípios e, tendo em conta o que ganhou no passado, tinha uma enorme quantidade de crédito no banco”, explicou Berrada em entrevista ao “The Athletic”.

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Ou seja, depois de ganhar um mundo e o outro em Espanha e na Alemanha, teve de aguentar uma época humilde, em que terminou a 15 pontos do campeão Chelsea e sem qualquer pedaço de prata para trincar.

Pior: o treinador catalão, outrora um valente arquiteto no meio-campo blaugrana, ouviu que não se podia jogar na Premier League como ele jogara no Barça e no Bayern Munique. Já sabemos como essa história correu…

“Foi-lhe permitido essa primeira época abaixo dos seus padrões”, explicou o agora CEO do United, o maior estratego na contratação do treinador português que então somava 11 vitórias em 11 jornadas da Liga Portuguesa. “O clube apoiou-o no verão, a equipa começou a ganhar e criou um ciclo vitorioso que durou até esta temporada.”

Mas voltemos a Amorim, que, claro, chegou a Manchester em novembro, o que complicou ainda mais a sua tarefa. Omar Berrada disse se tratou de um risco calculado. “[Uma contratação a meio da época] dificultaria ainda mais o trabalho da equipa. Vimo-lo como um investimento nas próximas épocas, porque íamos dar tempo ao Ruben para conhecer a equipa, o clube e a Premier League.”

Ou seja, agora já sabem tudo sobre as necessidades e fissuras do plantel e de como abordar a competição, garantiu Berrada, com um passado rico também no Barcelona. E disse algo relevante: o plano é montar uma equipa, em dois ou três anos, capaz de ganhar a Premier League.

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“Temos um claro guião para chegar lá”, garantiu. “Se o Ruben começasse a 1 de julho, não teríamos esse conhecimento todo, certo? É isso que sinto sobre estes sete ou oito meses que ele teve. Ele sofreu na Premier League, a equipa sofreu. É por isso que sinto que vai mesmo ajudar-nos no futuro…”

Guardiola soma agora seis troféus da Premier League, dois da FA Cup, três da Supertaça e, pois claro, um da Liga dos Campeões, entre outros.

Ruben Amorim tem um longo caminho para chegar a esses patamares, mas o caminho faz-se caminhando. Para já, parece ter os cartolas do seu lado dispostos a investir para lhe dar condições para competir. Um 15.º lugar na Premier League ou algo semelhante não será tolerado novamente.